Núcleo de Educação a Distância

EVENTO MULTI-INSTITUCIONAL DISCUTIU AS COTAS RACIAIS NAS IES PÚBLICAS DO PARANÁ

O Primeiro seminário foi organizado pela Comissão de Heteroidentificação e o Núcleo de Estudos Interdisciplinares Afro-Brasileiros (NEIAB) da Universidade Estadual de Maringá, com colaboração técnica do Núcleo de Educação a Distância da UEM. O objetivo do evento foi discutir as experiências das cotas raciais nas Universidades Estaduais do Paraná, bem como os dispositivos utilizados para garantir que todos tenham acesso a essa política de ação afirmativa.

O Seminário aconteceu entre os dias 08 e 10 de junho e teve a parceriado Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros da Universidade Estadual de Londrina; do Núcleo de Relações Étnico-Raciais, de Gênero e Sexualidade da Universidade Estadual de Ponta Grossa; doNúcleo de Estudos Afro- indígena da Universidade Estadual do Norte Paraná; do Centro de Educação em Direitos humanos e Núcleo de Educação para Relações Ético Raciais da Universidade Estadual do Paraná; do Observatório de Direitos Humanos da Universidade Estadual do Oeste Paraná. Portanto, o evento atraiu atenção de participantes de acadêmicos da modalidade presencial e a distância, não só do Estado, quanto de todo o País, inclusive de pessoas que não estavam inscritas e participaram das discussões por meio do chat do YouTube. O Professor Delton Felipe, coordenador do Seminário e Presidente da Comissão de Heteroidentificação da UEM, destaca algumas participações como “o Coletivo Antifraudes da USP, Comissão de ações afirmativas da UDESC em Santa Catarina, professores e alunos da UNIPAMPA-RS, da UFOP-MG, entre outros pessoas de diversos Estados”.

O tema do Seminário foi as Cotas Raciais, por meio do qual os palestrantes puderam expor a experiência da implementação dessa política, a qual visa combater a desigualdade social e racial garantida pela Lei 12.711/2012. “Foi um momento de avaliar também como estão as políticas adotadas por cada instituição para viabilizar condições materiais e simbólicas para a permanência dos alunos cotistas nas universidades, o que se torna um desafio enorme para gestão em tempos de corte orçamentário”, comenta o Professor Delton.

Um dos pontos abordados como dificuldade de implantação das Cotas Raciais foi a autodeclaração sem verificação, gerando uma inviabilidade para um impacto positivo dessa ação afirmativa. O Professor Delton Felipe explica que “devido aos inúmeros casos de fraudes cometidos pelos sujeitos da branquitude, a autodeclaração não foi suficiente para garantir que os direitos destinados aos/às pretos/as e pardos/as sejam respeitados”. Por isso foi necessária a criação dos sistemas de Heteroidentificação para evitar que os sujeitos negros acabem sendo prejudicados perdendo oportunidades para sua formação acadêmica e inclusão social, consequentemente, evitando o fortalecimento da democracia, da reparação e representatividade negra no País.

O professor Ricardo Dias, vice-reitor da UEM, participou da palestra de abertura e destacou o compromisso da Universidade Pública em aplicar as ações afirmativas e que o Seminário é uma forma de derrubar preconceitos, além de observar os erros e dificuldades de outras Instituições para que os mesmos não sejam repetidos. A professora Josimayre Novelli, diretora do Núcleo de Educação a Distância da UEM, disponibilizou a equipe técnica do Nead para contribuir com o evento para que a discussão fosse amplamente democratizada. “O suporte técnico do Nead foi de extrema importância para este evento histórico no estado do Paraná dada a relevância dessa temática no atual cenário das universidades. Ao ser ofertado de modo remoto, as atividades puderem ter um alcance nacional”.

O Seminário finalizou os três dias de evento com a posição que as Cotas Raciais fazem parte de uma luta coletiva por direitos e reconhecimento das desigualdades sociais causada pela raça/cor no Brasil, visando que duas Instituições Públicas de Ensino do Paraná ainda não possuem o sistema de cotas raciais. De acordo com o professor Delton, as ações afirmativas são um passo importante para combater as consequências do racismo mas ele também afirma que a sociedade precisa entenderque para combater as desigualdadesé necessário também elaborarações preventivas, como uma educação antirracista, e conclui dizendo que “é fundamental pensar medidas efetivas que proporcionem a reversão dos quadros de desigualdade produzidos ao longo dos tempos e as cotas raciais, se forem implementadas e efetivadas com o envolvimentoe compreensão de todos pode ser uma dessas medidas”

Devido a ampla participação e adesão do I Seminário de Políticas Afirmativas para Pessoas Negras e Comissões de Heteroidentificação das Universidades do Paraná, as Comissões de Heteroidentificação do Estado visam realizar o evento anualmente, circulando pelas sete Universidades Estaduais do Paraná.

Compartilhar